ACREDITE MAIS EM VOCÊ
- novoshorizontespsi
- 14 de fev. de 2017
- 2 min de leitura

A autoconfiança, esse sentimento íntimo de fé em si mesmo, é o que coloca todos nós em movimento. Se você acredita que pode fazer, pronto, você vai lá e faz. Se não sabe como fazer, sente que pode aprender. Se não tem tempo ou recursos suficientes, então fará o melhor possível. E se falhar, compreende que ao menos terá crescido com o progresso. Ou seja: é essa força interior, chamada autoconfiança,que permite que se viva verdadeiramente, sem hesitações, sem perda de tempo. É ela que permeia suas ações para seguir com mais sabedoria.
No entanto, a falta dessa convicção, pode deixá-lo imobilizado. ''Pessoas com baixa autoconfiança sentem mais medo de si mesmas, dos outros e da vida'', afirma a cientista social e terapeuta Patrícia Luzio. ''Vivem em um estado de contenção, de castração- e, por isso tendem a ser mais infantis, menos desenvolvidas. São vidas interrompidas'', comenta.
Em momentos de crise econômica (como o atual), muita gente pode perder essa segurança primordial. O medo de perder o emprego , de se endividar, e mesmo a simples falta de perspectiva em curto prazo pode deixar qualquer um acuado. Precisamente no momento em que mais precisamos acreditar em nós mesmos. A boa notícia é que a autoconfiança pode ser recuperada- ou mesmo construída, caso nunca tenha existido para valer. Isso porque não nascemos com essa força vital, como ressalta Patrícia. ''Tampouco somos treinados para sentir autoconfiança'', diz. ''Pelo contrário, a nossa educação coloca os outros, desde cedo, como referência''. Primeiro, aprendemos a agradar nossos pais e professores. Depois, amigos, o namorado, o chefe. Muitas vezes, nos moldamos de acordo com a companhia. E essa mania de querer agradar o outro abala demais a coragem interna. Pois é, autoconfiança tem a ver com autenticidade (ser você mesmo), o que, por sua vez, tem tudo a ver com humildade (ser um entre tantos).
Calma, eu vou explicar tudo isso- ainda com a ajuda de Patrícia Luzio; ''Uma pessoa humilde é aquela que reconhece e aceita a própria natureza, feita de luzes e sombras''. Mesmo os melhores de nós guardam em si aspectos contraditórios- competências e incompetências , nobrezas e mesquinharias, aspectos únicos e clichês. Para aceitar quem realmente é, uma pessoas precisa ter consciência dessas contradições- e de que todo mundo é assim. A compreensão da própria natureza (e, portanto, da natureza humana) possibilita a confiança na sua verdade, que inclui defeitos e contrapartidas: qualidades, habilidades, valores. Uma pessoa equilibrada é o resultado dessa média, digamos, ponderada. Assim, pode colocar em movimento, ousar. Acertar, errar, receber críticas e aprimorar, em um círculo virtuoso, que retroalimenta a autoconfiança.
Por essa perspectiva, a fé em si é fruto de um reencontro de alguém consigo mesmo. Um reencontro e uma reconciliação. Muitas pessoas se tornam inseguras por serem rígidas demais consigo mesmas, o que beira a falta de compaixão- ou autocompaixão, para ser específico. Se você pensar bem, vai perceber que alguns defeitos e certas fragilidades podem ser oque há de mais cativante nas pessoas que você ama. O melhor então é não ser perfeccionista- aceitar seus defeitos (ainda que para superá-los), acolher suas falhas (ainda que para corrigi-las) e encontrar nessa vulnerabilidade tão humana o caminho para o amor-próprio.
Texto por: Leandro Quintanilha
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